O MDS avaliou o Bolsa Família e o
PRONATEC no ambiente operacional do Brasil Sem Miséria, os resultados apontam para
quebra de alguns 'mitos', como chamou Luiz Nassif no seu artigo 'O sucesso do
Bolsa Família e do PRONATEC', de sexta feira dia 10 de julho.
A pesquisa desmente alguns mitos que
acompanham tanto o BF quanto o Pronatec.
Mito 1 – Não haveria
demanda de público pobre, por falta de vontade de melhorar de vida.
A pesquisa mostra que na formação inicial continuada, 33% dos alunos são do BF puro; 30% do cadastro único (atendidos por outros programas sociais), sem ser BF; e 37% são de não cadastro único.
Conseguiu-se esse feito organizando a oferta e a demanda.
O Pronatec estendeu seus cursos não
apenas para setores técnicos, mas para o atendente, o garçon, o instalador de
ar condicionado, o encanador, o azulejista, o gesseiro, o pintor, o conjunto de
mão de obra que interfere também na produtividade da economia.
Com esse enfoque, saltou de 606
municípios em 2012 para 4.025 em 2014, fundamentalmente atendidos pelo Sistema
S e institutos federais. As instituições privadas não chegam a 1% dos cursos.
Mito 2 – o de que
aluno não valoriza cursos de graça e pobres não chegariam até o final do curso.
Os egressos do BF obtiveram taxa de
conclusão de curso melhor que a média: 81,4% contra 79% da média geral, mesma
média dos cursos pagos do Senai.
As taxas de aprovação também foram
similares: 88,3% do BF contar 87,1% da média.
Mito 3 – o de que os
cursos do Pronatec não tinham aderência com o que o mercado necessitava.
Montou-se um grupo de estudo com
técnicos do MEC (Ministério da Educação), MDIC (Ministério do
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), BNDES (Banco Nacional do
Desenvolvimento Econômico e Social), batendo município por município as vagas
ofertadas e as ofertas de curso. Entre 70 e 80% dos municípios havia grande
aderência entre cursos e demanda.
Ao iniciar o curso, havia 361 mil
pessoas empregadas; no final estavam em 627 mil. No caso do BF, 55 mil
iniciaram o curso já empregados; formados, os empregados haviam saltado para
120 mil.
Mesmo promissores, os resultados são
subavaliados em pelo menos três pontos:
1.
Não captou o mercado informal.
Um eletricista formado pode trabalhar
em uma empresa ou por conta própria. A pesquisa só levantou os números do
mercado formal.
2.
Não captou os que abandonaram prematuramente o curso por conseguirem
emprego no meio do caminho.
Isso ocorreu na construção civil, em
um momento de falta de mão de obra.
3.
OS dados da RAIS são de dois anos atrás, portanto não captaram o que
ocorreu no ano passado.
Luciano
Joia
SAAS/SETAS-MT
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