quinta-feira, 5 de novembro de 2015

O SUAS E A PIRÂMIDE SOCIAL INVERTIDA

Senhor@s.

Compartilhamos 'reflexão' de que sem o SUAS e a rede de proteção social brasileira a crise econômica por que passa o Brasil intensificaria agravamentos de causas de vulnerabilidades sociais nas camadas mais pobres da sociedade.


A PIRÂMIDE SOCIAL INVERTIDA DA CRISE BRASILEIRA!

          
1. As crises econômicas tradicionais começavam sempre atingindo os setores mais vulneráveis, os de menor renda, os que não contavam com redes de proteção social, etc. E ia subindo progressivamente, ultrapassando o tempo do seguro desemprego, afetando os trabalhadores, antes com carteira assinada.
         
2. Depois subia para os setores médios de classe média baixa e média, dada margem de segurança pela poupança que tinham acumulado. E assim progressivamente, até atingir a classe média alta, as empresas e empresários pela extensão e aprofundamento da crise.
         
3. Na atual crise brasileira, essa pirâmide está quase invertida. Atingiu a classe média antes da classe trabalhadora. E atingiu de três maneiras. A classe média foi atingida pelo desemprego e foi além da poupança que acumulou, voltou ao mercado de trabalho, agora muito mais restrito. As inadimplências, bancária e imobiliária, avançaram com velocidade.
         
4. Quando conseguiu espaço novo no mercado, teve que aceitar remuneração menor que a anterior, afetando a qualidade de vida de sua família. Essa rotatividade descendente -em que o novo emprego é de menor remuneração que o anterior- ainda vem agravada pela redução absoluta dos empregos com carteira assinada. E, como seria de se esperar, a informalidade cresceu e está atingindo o patamar dos 50%.
           
5. Dois fatos são novos nas crises brasileiras. O primeiro é o fato da crise só estar atingindo os segmentos de menor renda após os demais. Isso se explica pela rede de proteção social construída nos últimos anos, com destaque para os programas de renda mínima e transferências de renda e as “flexibilidades” adotadas em relação ao seguro desemprego e aposentadoria.
          
6. O segundo é a crise ter começado -e de forma intensa- pelo andar de cima. No centro desse processo dois vetores principais: a) a crise que atingiu a Petrobras fulminou seu entorno de grandes empresas da área de infraestrutura. b) a irresponsabilidade fiscal nas eleições de 2014 não foi exclusividade do governo federal. A crise fiscal -e de endividamento- é de amplo alcance entre Estados e Municípios - com as situações dramáticas do Rio Grande do Sul e do Estado do Rio de Janeiro. 
          
7. No caso do Estado do Rio de Janeiro, a queda vertical dos preços do barril do petróleo -de mais de 50%- atingiu duramente os municípios dependentes dos royalties do petróleo - especialmente do Norte e da Região dos Lagos e, claro, o próprio Estado do Rio.
            
8. Esse é o fato novo: a crise afetar primeiro e de forma mais que proporcional o andar de cima e as finanças públicas; e como nunca. Fato novo e com ampla repercussão política pela capacidade de vocalização desses segmentos.


Fonte: www.cesarmaia.com.br


Luciano Joia
NGER/SETAS-MT 

Nenhum comentário: